射法八節 — Shaho-Hassetsu

Jares
2 min readApr 25, 2021

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Praticante de arco e flecha japonês, em um kimono bicolor, mirando à direita.
Kyudo (弓道 ), o caminho do arco.

I- Ashibumi (足踏み), plantar os pés.

…mas eu também quero mudar o mundo!

Eu, o engenheiro de pequenos fracassos

Separo as pernas com cuidado, como um pássaro

Firme e impávido, na linha de alta tensão

II- Dozukuri (胴造り), ajustar o tronco.

Descalço e despido me desembaraço

Rejeito com áspero asco a tese da espinha dorsal

E me ergo

Estandarte da nação nunca fundada

III- Yugamae (弓構え), preparar.

…mas o momento nunca veio e nunca vem!

Manipulo, com as pontas dos dedos, meu cerebelo

Talvez haja algo além disso, que sumiu

Algo, talvez, afeito à calmaria dos sumiços

IV- Uchiokoshi (打起し), erguer.

Valho-me da obediência cega dos braços

Elevando ao alto em seu ingrato esforço

Meu ato automático seguro:

Não há jurisdição para espasmos.

V- Hikiwake (引分け), tensionar.

…mas há um sofrer, um sentir tão profundo!

A corda ignora igualmente qualquer intenção

A única resposta é mais força

Até que não haja mais o que puxar

VI- Kai (会), ancorar.

Sem pressa o tempo cochila, mas sem respirar

Talvez o momento exista para sempre

Na perfeição do que ainda não aconteceu

Enquanto a tensão atravessa a pele

VII- Hanare (離れ), soltar.

…mas eu não sei de mais nada e mais ninguém!

Quando a eternidade acaba

Ela passa, zunindo em um instante infinitesimal

Atravessando tudo em seu caminho, sem resistência

VIII- Zanshin (残心), permanecer.

Silêncio: nada mais há.

Nem flecha, nem alvo, nem arco

Apenas a teimosia do instante

Que, sem cerimônia, insiste em ficar.

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